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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Transmissão da toxoplasmose é mais comum por alimentos mal lavados ou cozidos

18-04-2011

Colocados ao lado de um cão esfuziante e brincalhão, eles são facilmente considerados antipáticos, frios, distantes, esnobes e desinteressados. Além dessa “fama”, os gatos ainda sofrem com outro tipo de preconceito: são vistos como vilões por serem agentes transmissores da toxoplasmose, doença que pode passar despercebida em pessoas com imunidade normal, mas gera complicações sérias naquelas com imunidade comprometida e é também transmitida de mãe para filho pela placenta.
A doença e, por tabela, os felinos ganharam destaque recentemente, quando a novela Insensato Coração, da Rede Globo, colocou o personagem de Lázaro Ramos alertando a personagem de Camila Pitanga sobre o perigo de ficar perto de gatos, já que ela está grávida.
Segundo a veterinária do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Rio Claro, Camila Ramos, o gato é realmente o único agente transmissor, mas é nos alimentos mal higienizados que reside o maior perigo para o humano. “A principal forma de infecção é através da ingestão de alimentos. A transmissão gato-homem é mais difícil, pois, após eliminar os cistos nas fezes, elas têm que permanecer no ambiente por pelo menos dois dias para tornarem-se infectantes”, afirma ela.
Assim como em outras doenças, é a falta de limpeza do ambiente doméstico, dos alimentos e das próprias pessoas que determina as chances de contaminação. “Gatos criados em casa, cujas fezes sejam recolhidas diariamente, não apresentam risco. Eles não devem comer carne crua para não serem contaminados. Outros animais somente transmitem toxoplasmose pela carne, não pelas fezes”, explica Camila.
Apenas os gatos já contaminados podem transmitir a doença. Um gato sadio, bem cuidado, em uma casa limpa, não trará problemas. Além desses equívocos sobre a toxoplasmose, o senso comum empurra para os bichanos a pecha de pouco amigos. Tal definição é prontamente demolida pela pediatra Silvana Ciabotti Rillo. Ela convive com gatos há 25 anos e hoje tem quatro animais, entre um e 14 anos. “Eles nos esperam chegar e, quando adoecemos, ficam próximos, como se estivessem cuidando de nós. Sempre pedem carinho e, ao contrário do que dizem, não vêm apenas quando querem algo”, afirma ela.
Segundo a médica a presença de um animal de estimação é importante no desenvolvimento de uma criança. “Isso desenvolve a personalidade da criança e o amor ao próximo, independente de qual animal seja”, explica ela.
Camila informa que no CCZ há atualmente dez gatos e nove cães para adoção, todos castrados e vermifugados. A disparidade entre as adoções concluídas chama atenção: neste ano, 20 cães e apenas oito gatos conseguiram um dono.
Para adotar um animal do CCZ, basta comparecer com o documento de identidade. Se o interessado for menor de idade, é indispensável que pais ou responsáveis estejam presentes. No site do CCZ (www.cczrioclaro.tk), podem ser encontradas imagens dos animais que esperam por adoção, além de informações e fotos de animais encontrados ou perdidos. Segundo Camila, é preciso lembrar de que a adoção exige planejamento antes de ser concluída. “Adquirir um animal e não fornecer a ele abrigo, alimentação e cuidados veterinários também pode ser considerado maus-tratos contra o animal”, diz a veterinária.
Fonte: JC Rio Claro (acessado em 18/04/2011)

http://www.crmvsp.org.br/site/noticia_ver.php?id_noticia=3433

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